De acordo com o especialista, existe o consenso de que o idoso deve receber uma dieta variada, saudável e balanceada. As necessidades protéicas, calóricas e de lipídeos diárias não são muito diferentes das de grupos mais jovens de pessoas. Deve-se ter o cuidado de adequar a dieta para os indivíduos com dificuldade de mastigação e deglutição, alerta o médico. As restrições dietéticas, decorrentes de doenças específicas, como a diabetes ou das insuficiências de órgãos, devem ser respeitadas, o que não significa que a alimentação não possa ser saborosa. Eventualmente será mais importante recuperar ou preservar o estado nutricional de um idoso doente, prestando a atenção no prazer da alimentação e na conservação do apetite, do que respeitar restrições dietéticas muito rígidas.
O uso de suplementos vitamínicos pelos idosos merece um comentário à parte, pois segundo o médico, existem situações relacionadas ao envelhecimento e ao uso de dietas inadequadas, que fazem com que os idosos estejam mais propensos a ter carência de algumas vitaminas. “Este fato não justifica o uso indiscriminado de complexos vitamínicos nestas pessoas, ademais a maior parte dos idosos que recebe uma dieta adequada não apresentam sinais clínicos de deficiência vitamínica”:ratifica.
O cuidado especial deve ser dado à vitamina B12, cuja deficiência é muito mais comum nesta faixa etária. Pessoas acima dos setenta anos têm uma incidência maior de gastrite, diminuição da acidez gástrica e da produção de fator intrínseco com conseqüente deficiência da absorção intestinal da vitamina B12. “A falta desta vitamina pode levar a anemia megaloblástica, neuropatia periférica, com dificuldades de marcha e déficits de cognição, e ela deve ser, quando necessário, administrada por via parenteral”.
Cuidados a ter com o planeamento das dietas
O planejamento de dietas que atendam ás necessidade dos idosos apresenta problemas que são tão variados quanto as circunstâncias nas quais estas pessoas vivem. Seja quem for o responsável pelo planejamento e preparação das suas refeições, deve atender aos gostos do paciente e às suas necessidades e limitações.
Neste planejamento, tenha em conta fatores como a ignorância dos fatos relacionados à nutrição, os preconceitos alimentares, o temor de alimentos desconhecidos, a falta de dinheiro e a dificuldade na preparação dos alimentos.
Embora possam necessitar de uma alimentação e preparação especial das refeições, os idosos devem, sempre que possível, participar nas refeições e comer os alimentos preparados para toda a família.
O aspecto visual da comida é muito importante. Até uma comida simples e bem apresentada poderá fazer com que o idoso sinta prazer em comer.
Aspectos a ter em conta na preparação
Ao organizar o regime alimentar de um idoso, deve ter em conta os seguintes fatores. A má dentição, ou utilização de defeituosa prótese dentária, exige o emprego de alimentos apropriados e com uma textura adequada (cozedura suficiente, fracionamento ou picado, ralado, etc.). Poderá também optar por preparações dietéticas ou produtos homogeneizados, os quais, podendo dar satisfação completa nos aspectos dietéticos, levantam os problemas da aceitabilidade e do seu custo muito elevado.
Tenha também em conta que, no idoso, é muito freqüente a obstinação, ocasionada, por um lado, pela atonia do tubo digestivo e pela diminuição das secreções digestivas e, por outro lado, pela falta de fibra. Esta falta de fibra obriga ao cálculo da quantidade de fibra fornecida pelos GRUPOS IV e V e dos alimentos mais indicados (pão de mistura, vegetais verdes, e frutos) para se conseguir um equilíbrio em fibra.
As dislipidemias (ou formas estabelecidas de aterosclerose e outras perturbações degenerativas), nas quais a nutrição desempenha papel fundamental, dependem de desequilíbrio entre carboidratos e gorduras, do excesso destas ou dos seus ácidos gordos saturados e colesterol, do consumo excessivo de açúcar e de álcool, que as pessoas idosas aceitam inadvertidamente.
O idoso pode consumir cinco a seis refeições diárias. O processo de preparação mais indicado é a cozedura, bem como grelhados ou ainda assados.
Referência: Ministério da Saúde
Apostila Nutrição para Idosos
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